Em quase todas as ruas centrais da capital é possível encontrar pessoas pedindo esmolas e dormindo no chão.
João (nome fictício) conta que já não lembra por quanto tempo vive na rua. “Ah, faz tempo que vivo assim, eu fico cuidando dos carros e depois vou ali pra baixo das árvores alimento o vício, eu durmo em baixo de papelões e me alimento dos restos de comida de restaurante, ou no Restaurante Popular a comida é um real. Às vezes no sábado vem um grupo de pessoas de uma igreja que eu não sei o nome e traz sopa pra gente”, diz João.
Moradores de rua nas avenidas de Porto Velho. (Foto: Weliton Nunes/Divulgação) |
Rua e fusca
Várias são as histórias e motivos para essas pessoas viverem na rua. Roberto Brega, como é conhecido, é um morador de rua que veio de Pernambuco realizar um sonho, viver de música.
Ele deixou filhos e esposa para correr atrás do sonho e deixou a promessa que voltaria para a cidade natal com uma boa condição. Ao chegar na capital, com seu teclado fazia shows nas praças, porém com o passar do tempo o cachê não era mais o mesmo e ele teve que morar na rua para ter o dinheiro de se alimentar.
Roberto Brega com seu cartaz e fusca que hoje em dia se encontra na oficina. (Foto: Eliete Marques/G1) |
“Passei a dormir nas ruas até que um empresário que não lembro o nome, me deu o fusca azul que passou a ser minha casa, está no conserto pois deu alguns problemas. Mas meu sonho hoje é gravar um CD com as músicas que eu mesmo escrevi. Eu trabalho todos os dias indo ficar nas esquinas principais da cidade com meu banner, ai com o dinheiro eu me alimento e junto dinheiro pra consertar algo e juntar dinheiro pro meu CD. Às vezes vem uma moça e lava minha roupa, dá comida. Um dia vou conseguir trazer minha família pra morar comigo” concluiu Roberto.
Recentemente, foi encontrado pelo irmão, que veio de Pernambuco, Roberto se recusou a voltar para a cidade natal pois já havia se conformado com a vida aqui e ainda não tinha gravado seu CD para voltar e cumprir a promessa que fez à família. Atualmente Roberto Brega recebe uma ajuda em dinheiro do irmão e continua nas esquinas da cidade divulgando seu trabalho.
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Edição: Marcela Ximenes
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