sábado, 6 de dezembro de 2014

Rondônia tem poucos bolsistas no programa Ciências sem Fronteira; sobram vagas e faltam candidatos

São 1.341 bolsistas de Rondônia, há mais de 1,8 mil bolsas disponíveis. Bolsistas contam como é estudar no exterior.

Deusirene Rodrigues foi a primeira rondoniense bolsista do Ciência sem Fronteiras (Foto: Arquivo Pessoal)

Felipe Amaral e Deusirene Rodrigues, de Porto Velho, contam como a vida deles mudou após uma experiência em outro país. Os dois estudantes obtiveram bolsas do Ciência sem Fronteiras e, segundo Felipe, “o melhor disso é que foi tudo pago pelo Governo, a custo zero”. Ele mora em Miami e Deusirene voltou da Itália em 2013.

O programa do governo federal busca incentivar brasileiros à internacionalização da ciência e tecnologia por meio do intercâmbio. A iniciativa em conjunto dos Ministérios da Ciência e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC), por meio de suas instituições – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) -, e secretarias de ensino superior e de Ensino Tecnológico do MEC. No total há 74.739 bolsas implementadas, o objetivo é chegar a 80 mil bolsas em 2014.

De acordo com os dados fornecidos pelo CNPq, a região Norte obteve menor numero de bolsistas, com 24.513, sendo que o número de bolsas disponibilizadas são de 40.658. Fazendo um comparativo com o estado vizinho, o Acre possui 1.643 bolsas por ano e são preenchidas com 1.371 bolsistas, já Rondônia consegue ter 1.870 bolsas disponíveis e são apenas utilizadas 1.341.


Gráfico aponta distribuição de bolsas por estados (Imagem: CNPq)

“Todos deveriam viver a experiência que vivi”, diz Deusirene Sousa Rodrigues. a primeira contemplada pelo Ciências sem fronteiras em Rondônia. Ela fez o intercâmbio em 2012/2013 na Università Degli Studi de Roma La Sapienza e afirma que a experiência foi incrível. Graduada em enfermagem, participa de um grupo de pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) em parceria com a Faculdade Uniron, sob coordenação da professora Sandra Hacon junto a uma equipe de professores, mestres e doutores. O grupo avalia as condições de saúde e os níveis de Mercúrio nas populações ribeirinhas do Rio Madeira pós Usinas Hidrelétricas (UHE). Deusirene atribui essa oportunidade ao intercâmbio.

Felipe Gurgel dos Santos Amaral é estudante de engenharia civil em Porto Velho e conseguiu fazer um sonho se tornar realidade. Atualmente mora em Miami, nos Estados Unidos, foi um dos selecionados pelo programa de educação federal. Saiu dia 30 de agosto de 2014 com destino à América do Norte e foi aceito pela University of Miami onde, segundo ele, a estrutura é inigualável. “É como uma cidade com 15 mil habitantes, nesse caso, estudantes”, exemplifica. A bolsa se estende até janeiro de 2016 e após esse período o estudante volta e termina o curso na faculdade brasileira. Esse processo é chamado graduação sanduiche, em que o estudante inicia o curso no Brasil, complementa no exterior e volta ao país de origem para concluir a formação.

Processo Seletivo
O processo seletivo do programa Ciências sem fronteiras possui várias etapas e alguns requisitos básicos para uma pré-seleção. A primeira delas é obrigatória a nota do Enem ser igual ou superior a 600 pontos, considerando os testes aplicados a partir de 2009. Um outro pré-requisito é ter no mínimo 20% e no máximo 90% do curso concluído com um bom desempenho acadêmico.


Felipe Amaral (esquerda) é estudante de engenharia bolsista do programa (Foto: Arquivo Pessoal)

Para Felipe Amaral o passo mais importante e difícil é o exame de proficiência em línguas estrangeiras, no caso dele foi o TOEFL ( Teste of English as a Foreign Language), teste exigido para faculdades e universidades nos Estados Unidos e Canadá. O IELTS, por exemplo, é reconhecido por universidades da Grã-Bretanha, Austrália, Canadá e Nova Zelândia, o exame de Cambridge é aceito na Europa, Inglaterra.

Para outras línguas são realizadas provas como o Dele (Diplomas de Espanhol como Língua Estrangeira) para o espanhol, Dalf (Diploma Aprofundado de Língua Francesa) e Delf (Diploma de Estudos em Língua Francesa) para o Francês e KDS (Kleines Deutsches Sprachdiplom) para o Alemão.

Algumas universidades também pedem cartas de recomendação de professores, coordenadores, currículo, em que a partir dessas informações vão conhecer o candidato minuciosamente. “Capriche nessa parte, pois a universidade te escolhe a partir dela”, sugereFelipe. Com todos os requisitos do edital confirmados, o acadêmico está próximo de morar no exterior.

A inscrição é feita no site www.cienciasemfronteiras.gov.br 

Pauta e texto: Mayara Leoni (6º período)
Edição: Marcela Ximenes

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