Reginaldo Trindade está há quase 18 anos no MPF (Foto: Assessoria de Imprensa/MPF-RO) |
De office-boy a procurador da República, Reginaldo Trindade, pai de dois filhos, marido e praticante de handebol, possui mais de 24 anos de carreira. Só no Ministério Público ele acumula mais de 17 anos. Natural de Uberaba (MG), ele veio para Porto Velho em 1985, ainda garoto. Como diz o ditado, “quem bebe água do Madeira não quer ir embora”. Reginaldo deve ter bebido muito dessa água, pois afirma que poderia ter retornado para sua terra natal há dez anos e não o fez.
Engana-se
quem pensa que Reginaldo entrou no Ministério Público Federal (MPF) como
procurador. Em 1996, ele já atuava no órgão como estagiário, fazendo parte da
primeira turma de estagiários da Instituição, em Rondônia. Sua experiência
profissional caminha por vários setores e segmentos. Ele afirma que começou bem
de baixo. Foi office-boy em duas agências de turismo; atuou como contínuo no
Banco Mercantil de São Paulo, por volta de 1993; foi promovido para outras
funções e lá, no Banco, ficou até estar quase formado, no final de 1996. Na
época, ele estava aprovado em dois concursos públicos, um para analista do
Tribunal Regional do Trabalho, e outro para analista da Justiça Federal.
Ele
foi ainda assessor jurídico do Ministério Público de Rondônia em 1997, e, em
outubro do mesmo ano, assumiu o cargo de promotor de Justiça em que ficou por
cerca de seis anos e meio, trabalhando nos municípios de Alta Floresta D’Oeste,
Espigão D’Oeste, Pimenta Bueno, Porto Velho, Rolim de Moura, Santa Luzia
D’Oeste e Vilhena.
No
MPF, como procurador, ele entrou em 2004 (aprovado com louvor, em 5º lugar, em
um concurso que contou com mais de dez mil candidatos de todo o Brasil). Sua
área de atuação abrange a Defesa do Patrimônio Público e Social
(combate à improbidade administrativa); o Núcleo de Combate à Corrupção; a
Defesa do Povo Indígena Cinta-Larga; e a Inspeção na Penitenciária Federal de
Porto Velho. Reginaldo tem se destacado em todas essas áreas, com ênfase para a
defesa dos Cinta-Larga, que tem sido uma “escola” para ele. Já são mais de
cinco mil atuações distintas, entre elas, ações, recomendações, reuniões,
ofícios etc.
Trindade é defensor das causas indígenas (Foto: Assessoria de Imprensa MPF-RO) |
Outra área de sua atuação é o Núcleo
de Combate à Corrupção, que está sendo instalado no Brasil inteiro. O núcleo
tem como objetivo associar o combate penal ao combate civil da corrupção. Ele
era o único procurador responsável pelas investigações e ações de improbidade.
Agora, cinco procuradores atuam no Núcleo.
Cidadão Honorário
No final de 2013, Reginaldo recebeu
da Assembleia Legislativa um Título de Cidadão Honorário, que o reconhece como
excelente profissional e destaca seu papel como cidadão no combate à corrupção
e improbidade administrativa. Ele avalia esse reconhecimento de forma positiva,
“muito maior que sua pena poderia traduzir em palavras”. Aqui, em Rondônia, se
formou em Direito, casou, e passou a trabalhar no MPF fazendo, segundo ele, o
que mais gosta: defender índios e combater a corrupção.
No combate à corrupção, Reginaldo
conseguiu afastar prefeitos em quase todos os municípios pelo qual passou,
processou deputados e senadores. O procurador destaca oito ações de improbidade
movidas contra Ivo Cassol, na época em que era governador de Rondônia. Os
documentos, enviados à Procuradoria-Geral da República, resultaram na abertura
de uma ação penal, acolhida pelo Supremo Tribunal Federal em 2013. Para ele,
esta ação, talvez, justifique futuramente a prisão e até a perda do cargo de
senador de Ivo Cassol.
“A defesa do povo Cinta-Larga envolve fé e esperança gigantesca para não nos deixar esmorecer” - Reginaldo Trindade
O procurador, respeitado e reconhecido, conta que sempre teve seu pai como exemplo de retidão e pessoa de bem. Mas o homem sério, reto e
comprometido com a sociedade possui um lado esportista não tão conhecido. Além
de handebol, ele pratica basquete, futebol e anda de patins. Ama filmes e
livros, principalmente os de História, e, buscando a fluência em outras
línguas, estuda Inglês e tem vários sonhos: escrever livros, voltar a estudar,
talvez fora do país.
Se aplicar metade da determinação com que realiza seu trabalho, Reginaldo não encontrará problemas na concretização desses planos.
Perfil ativo
Ao
ser questionado se já pensou em trabalhar em outro ramo, ele afirma que o
Ministério Público sempre esteve em seu sangue e que até chegou a fazer alguns
concursos da magistratura, mas que acabou desistindo, pois acha que seu perfil
ativo não combinaria com a magistratura.
Sobre
aposentadoria diz: “Até lá, continuarei a tentar ajudar as pessoas a fazer um
estado e um país melhor. Sinto-me devedor da sociedade e considero-me
extremamente abençoado por tudo que conquistei na vida”.
Pauta e texto: Lílian Oliveira (6º período)
Edição: Marcela Ximenes
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