sexta-feira, 27 de junho de 2014

Cheia provocou transtornos no trânsito de Porto Velho; estragos ainda estão nas ruas

 Motoristas, ciclistas, motociclistas e pedestres precisaram alterar suas rotas para desviarem dos pontos de alagamento formados no centro da capital.

Avenida Rogério Weber ficou alagada durante dois meses (Foto: Pâmela Pimenta/Focas do Madeira)

Completamente danificadas, com lixos, lama, repleta de buracos e rachaduras. Foi assim que ficaram as avenidas Almirante Barroso, José de Alencar, Tenreiro Aranha, Campos Sales, Rogério Weber, dentre outras, localizadas nos bairros que foram atingidos pela enchente histórica do rio Madeira, em Porto Velho. Sem infraestrutura adequada e sem planejamento pluvial, a capital de Rondônia viveu quase três meses de cheia. Com várias ruas interditadas, o trânsito que já era ruim, ficou caótico. 

De acordo com o secretário Municipal de Obras, Gilson Nazif Rasul, com a baixa do rio, as equipes da Semob puderam dar início a restauração das vias, desde o dia 15 de maio. “A rua Rogério Weber onde abriu um buraco e também a Tenreiro Aranha, exatamente naquela baixada ao lado do colégio Dom Bosco, que estava uma buraqueira danada, foram uma das primeiras avenidas em que as equipes trabalharam”, afirma o secretário.

Ainda de acordo com a Secretaria de Obras (Semob), restaurar as ruas atingidas não é tarefa fácil, exige tempo e perícia. “A questão não é somente as águas baixarem e chegar ao asfalto, elas devem baixar, atingir o asfalto para que a parte debaixo também seque, e isto é o mais importante”.


Lixo jogado pela população e trazido pela enchente ocupa ruas do centro de Porto Velho (Foto: Pâmela Pimenta/Focas do Madeira)
A baixa do rio também deu trabalho às equipes da Secretaria Municipal de Serviços Básicos (Semusb), que intensificaram a limpeza na área central da cidade, retirando os entulhos e as sujeiras trazidos pela enchente. Segundo o secretário da Semusb, todo o trabalho é feito conforme o escoamento das águas.

Prejuízos
Apesar dos esforços da prefeitura, os transtornos no tráfego de veículos, causados pelos desvios das avenidas atingidas pela cheia, deixaram a população porto-velhense indignada e irritada. Com pontos de acesso, como a avenida Campos Sales, que liga a zona sul ao centro da cidade, alagada e interditada, o retrato que se viu foram longas fileiras de carros parados no trânsito congestionado.

A circulação de carros, ônibus, caminhões e motos pela cidade, principalmente em horários de pico, era uma completa confusão. Além disso, o caminho de casa ao trabalho e vice-versa ficou mais longo e caro. “Todos os dias, eu chegava atrasado ao meu trabalho. Saía de casa adiantado uma hora, mas, mesmo assim, me atrasava. Ficava preso neste trânsito infernal, os atalhos que eu fazia estavam todos alagados”, conta o motorista Johnnys Silva.


Ônibus trafega na contramão para evitar buracos, na avenida Rogério Weber (Foto: Pâmela Pimenta/Focas do Madeira)

Eliandre de Souza Ramos, professora de geografia, disse que aumentou o gasto com combustível. Segundo ela, a enchente trouxe muitos prejuízos financeiros. “Com as ruas interditadas, o jeito era fazer outro trajeto longo e mais caro pro meu bolso. Gastava muito dinheiro com gasolina”, frisa a professora.

Cheia histórica
Segundo a Defesa Civil, a cheia deste ano é considerada a maior já registrada na história do estado de Rondônia. A enchente que atingiu o pico histórico no dia 30 de março, com 19,70 metros, deixou cerca de 30 mil desabrigados, por mais de 90 dias. Devido à situação crítica, foi decretado estado de calamidade pública no município e no estado. De acordo com o Ministério da Integração Nacional, foram destinados no começo do mês de abril, mais de R$ 7 milhões para ajudar nas ações emergenciais dos atingidos pela cheia.

Saiba mais:

Reconstrução de áreas atingidas pela cheia do Madeira deve custar mais de R$ 5 bilhões, segundo o governo de Rondônia


Pauta e texto: Pâmela Pimenta
Edição: Marcela Ximenes

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