Entre as principais deficiências encontradas nas UPAs apontadas pelo presidente do Cremero estão a falta de medicamentos e a baixa cobertura de efetivo médico
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Fachada da Unidade de Pronto Atendimento da Zona Leste de Porto Velho (Foto: Hosana Morais/ Focas do Madeira) |
Finalizadas e inauguradas
em setembro de 2012, as Unidades de Pronto
Atendimento (UPAs) se localizam nas
principais regiões da cidade de Porto Velho e funcionam 24 horas
por dia. A verba para construção das unidades foi de R$ 10 milhões, um convênio entre o
Governo Federal, a prefeitura de Porto Velho e a Usina Hidrelétrica de Jirau, em construção no
distrito de Mutum-Paraná. Na época, foram prometidas cinco, mas após três anos
somente duas saíram do papel.
As UPAs têm deixado a
desejar tanto no atendimento quanto na limpeza do local, conforme constatou a dona
de casa Laís Oliveira. Na manhã de uma quinta-feira de maio, a moradora da zona
leste se encaminhou até a UPA de sua região. Ela sentia muitas dores no corpo e estava febril, e o que ela imaginou que seria um atendimento rápido, se tornou em penosa espera.
“Cheguei lá umas 10h e
sai umas 13h. Minha sorte que dessa vez tinha medicamento, por que das outras
vezes tive que comprar”, disse Laís. A dona de casa falou que o atendimento é
lento, o local está frequentemente sujo, além de reclamar de falta de médico que
são insuficientes para atender os pacientes, segundo ela.
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Sala de espera da UPA zona Leste às 17h de uma segunda- feirav(Foto: Hosana Morais/ Focas do Madeira) |
UPA Jacy-Paraná
Segundo a autônoma
Dulce Santos, que reside há nove anos no distrito de Jacy-Paraná a UPA da
região é considerado um elefante branco pela população já que estão sendo gastos
milhões e nada está finalizado ate o momento.
“Depois da enchente do ano passado, o local onde iniciou a construção vive alagado, e nenhuma resposta e dada população, a cada seis meses é feita uma promessa diferente e nada de se concretiza,” disse Dulce.
A população
do local já passou por diversos transtornos, segundo a autônoma, que certa vez
teve que se dirigir a Porto Velho às pressas por seu filho necessitar de um
atendimento e o posto da região não ter os medicamentos específicos.
“Meu filho tem uma alergia que fecha o pulmão e a ambulância que faz o transporte dos pacientes já estava a caminho de Porto Velho na mesma hora me encaminhei de táxi até a capital chegando lá, ele ficou internado no hospital infantil por alguns dias, com o efeito do tratamento podemos voltar para casa", conta.
De acordo
com Dulce, a necessidade de existir uma UPA na região é devidoo local possuir
apenas um posto de saúde e atender outros distritos. “Necessitamos sim de uma Unidade de Pronto atendimento e de forma
rápida para que não possamos perder mais pessoas,” desabafou a moradora.
Deficiências
Entre as principais deficiências encontradas
nas UPAs apontadas pelo presidente do Conselho Regional de Medicina de Rondônia (Cremero), Rodrigo Almeida, estão a falta de medicamentos e
a baixa cobertura de efetivo médico que, segundo ele, estaria em torno de 30%, e de 50%.
Rodrigo Almeida
destacou que a estratégia de atendimento do programa Saúde da Família, dentro
daquilo que é preconizado, muitas vezes acaba cobrindo o atendimento de
urgência e emergência, justamente para desafogar o atendimento da UPA. “O
paciente, muitas vezes, prefere ir imediatamente à UPA do que marcar uma
consulta na Unidade Básica de Saúde(UBS). Ao chegar ao pronto-socorro, se depara com muita fila, espera,
demora e é nesse momento que surge o conflito porque, na tentativa e no desespero
de desafogar as UPAs, esses pacientes são mandados para o PSF, que por sua vez
deixa de fazer o serviço de PSF para atender como uma UPA satélite”, explicou.
Cada UPA tem 1.500 mil metros quadrados. Foram investidos mais de R$ 2 milhões em equipamentos nas duas unidades de saúde. As unidades são do porte II e oferecem atendimento emergencial de baixa e média complexidade.
Cada UPA tem 1.500 mil metros quadrados. Foram investidos mais de R$ 2 milhões em equipamentos nas duas unidades de saúde. As unidades são do porte II e oferecem atendimento emergencial de baixa e média complexidade.
Atendimento
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Pacientes na fila para retirar medicamento (Hosana Morais/Focas do Madeira) |
Segundo o diretor, o
maior pico dos atendimentos é às12h e às 19h. "É quando o trabalhador pode sair do seu
trabalho para ver se consegue uma consulta na unidade", explica.
Sobre a falta de médicos, Roberto Lamarão justifica que muitos estão em férias, mas que a Secretaria Municipal de Saúde foi informada do problema. “Até inicio de julho terei
novos médicos em pronto atendimento, estamos nos viramos como podemos, porém
precisamos suprir essa falta,”, disse.
A enfermeira chefe da unidade, Flaviane Régis, explicou que muitos pacientes que vão à UPA não estão em
estado de emergência ou urgência, podem esperar para serem atendidas nas UBS,
porém insistem em procurar a UPA congestionando os atendimentos.“A maioria desses
pacientes vem até de outras zonas, como a Sul ou Norte, pois sabem que aqui,
mesmo demorando, atenderemos ele. Porém, eles não entendem que se chegar alguém
baleado, esfaqueado ou acidentado teremos que dar prioridade,”
destacou Flaviane.
Pauta e texto: Hosana Morais
Edição: Marcela Ximenes
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