terça-feira, 9 de junho de 2015

Marechal Rondon desbravou a Amazônia e fez história

A instalação dos telégrafos na floresta amazônica ocorreu paralelamente a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré

Rondon socializando com os índios. (Foto: reprodução)

A implantação das linhas telegráficas teve o objetivo de interligar através da comunicação lugares antes isolados do Brasil. O trabalho liderado pelo Marechal Rondon conseguiu concretizar o trabalho. Descendente de índios, Cândido Mariano da Silva Rondon, nasceu na cidade de Mimoso em Mato Grosso, o militar perdeu os pais ainda criança. Foi morar no Rio de Janeiro para ser criado pelo tio Manuel Rondon.


Quando cresceu tornou-se militar e foi designado para construir as linhas telegráficas entre o Mato Grosso e Goiás. Para uma nação que se consolidava, era preciso diminuir o isolamento do centro-oeste e das grandes metrópoles. Rondon melhorou a comunicação entre as regiões. Foram 32 estações em mais de dois mil quilômetros da linha principal e de ramais. Coube a Rondon abrir estradas, desbravar florestas, determinou mais de 200 coordenadas geográficas. No caminho encontrou muitas tribos que foram pacificadas.

Marechal Rondon (foto: Reprodução)
O doutor em história Marco Teixeira, da Universidade Federal de Rondônia (Unir), lamentou o “desaparecimento e do precário estado de conservação dos postos telegráficos que deram origem às cidades de Vilhena, Pimenta Bueno, Ji-Paraná, Jaru e Ariquemes, à exceção de Ji-Paraná”.

Rondon apresentou aos brasileiros um Brasil pouco conhecido numa época onde a população se concentrava basicamente nas regiões próximas ao litoral. O sertanista Cândido Rondon foi fundamental para retratar as regiões norte e centro-oeste do país. “É um homem que dedicou sua vida na pacificação de povos indígenas, ao contato, a trazer ao conhecimento do povo brasileiro o respeito às terras dos primeiros moradores do Brasil. Rondon que instituiu no Brasil a ideia que a terra indígena é inviolável, que para você entrar tem que pedir licença,” comentou o Mércio Pereira Gomes, antropólogo.

Em 1955, o sertanista recebeu do congresso nacional a patente de marechal. Um ano depois, o território federal do Guaporé passou a ser chamado de Rondônia. Único estado da federação que homenageia um personagem. O Marechal Rondon como ficou conhecido, nasceu em 05 de maio de 1865 e faleceu no dia 19 de janeiro de 1958.

Entre os anos de 1907 à 1915, a comissão Rondon implantou cerca de 20 linhas telegráficas de Cuiabá (MT) a Santo Antônio do Rio Madeira. A instalação dos telégrafos na floresta amazônica ocorreu paralelamente a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.“Tudo é pouco para exaltá-lo”, disse o governador de Rondônia, Confúcio Moura: “Rondônia deve a ele a sua própria existência; toda a reverência que se possa fazer à sua memória é mais que justificável”.

Presidente Roosevelt durante expedição com Rondon (Foto: Reprodução)

O sertanista não permitia nenhuma violência contra os povos da mata. “Morrer se preciso for, matar nunca”.Está é a frase mais famosa do Marechal, proferida e ensinada àqueles que o acompanhava nas expedições. O reconhecimento desta diplomacia veio através do físico alemão Albert Einstein, que indicou o nome do Marechal ao Prêmio da Paz em 1957.Com iniciativa de Rondon, em 1910 foi criado o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), que era vinculado ao Governo Federal. Órgão que mais tarde daria origem a Fundação Nacional do Índio (Funai). O trabalho de Rondon junto aos indígenas rendeu frutos. Através dele foram criados: o dia do índio, a estruturação do Parque do Xingu e o desenvolvimento da Funai.


O ex-presidente Theodore Roosevelt dos Estados Unidos da América recebeu o Marechal Rondon numa expedição na floresta amazônica. Roosevelt exigiu que houvesse um objetivo científico de navegar e mapear o rio da Dúvida, que foi rebatizado logo após a expedição de Rio Roosevelt em homenagem ao presidente norte americano. O ex – presidente perdeu 30 quilos depois de ter adquirido malária. Passou fome e teve que enfrentar longos dias sobre os lombos de burros, animais capazes de suportar bastante peso, além de viajar em canoas propensa a virar devido às correntezas e pedras do rio da Dúvida.Depois da aventura o Roosevelt escreveu um livro “Nas selvas do Brasil” e dedicou ao Marechal Rondon.

Pauta e texto: Léia Castro
Edição: Marcela Ximenes

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