domingo, 7 de junho de 2015

Ficar aflito por ter esquecido o celular em casa pode ser sintoma de doença, alerta psicóloga

Batizada de nomofobia, fobia de angústia que aparece quando a pessoa se sente impossibilitada de se comunicar com alguém ou em algum lugar


Dependência do celular pode ser patológica
 (Foto: Débora Moutinho/Focas do Madeira)
A tecnologia é uma facilitadora da vida, mas também gera dependência. O celular é o equipamento mais comum nas ruas e tem gente que quase enlouquece se esquecê-lo em casa, como as estudantes de jornalismo Lívia Camelo e Rayane Cavalcante. Elas ficam conectadas o tempo todo. “Quando eu acordo, a primeira coisa que eu faço é pegar o celular, o aparelho está sempre do meu lado. É um vício”, diz Rayane. “Quando estou sem o celular fico mal humorada, dá uma agonia”, conta Lívia. 

Mas até que ponto esses aparelhos usados para falar com a família, amigos ou resolver assuntos de trabalho, deixam de ser uma necessidade profissional e passam a ser uma dependência patológica? A psicóloga Edith Schutz enfatiza que a partir do momento que a pessoa não consegue ter o autocontrole do aparelho, já é um sinal de alerta.

Outro que está sempre conectado é o funcionário público Gil Brito. Sempre está nas redes sociais e falando ao celular. Isso quando ele não faz tudo ao mesmo tempo. “Não sabia o tamanho do risco, agora vou prestar mais atenção, apesar do costume, quero diminuir o tempo que fico conectado.”

A síndrome 
Assim como Lívia, Rayane e Gil, muitas pessoas, principalmente os mais jovens, são mais do que ligados em tecnologia, são também dependentes. E esse problema já foi identificado pelos médicos como a nova síndrome dos tempos modernos, batizada de nomofobia, fobia de angústia que aparece quando a pessoa se sente impossibilitada de se comunicar com alguém ou em algum lugar. É um termo muito recente, que se origina do inglês: NoMobile, que significa sem celular. Daí a expressão. 

Gil Brito está sempre conectado
(Foto: Débora Moutinho/Focas do Madeira)
Dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) mostram que no Brasil existe quase 273 milhões de celulares ativos e analisando esses números, o comportamento da juventude e as preferências de alguns adultos, chega-se a um cenário propício para o desenvolvimento desse tipo de vício. O estudo mostrou que cerca de 40% da população brasileira já pode ter esse distúrbio. 

“É importante a pessoa perceber que os smarthphones vieram como facilitadores e o problema não são eles, e sim o mau uso que pode-se fazer com eles. É importante usar a tecnologia de maneira saudável e moderada, caso contrário, problemas como dependência incontrolável, ansiedade, insônia e até doenças como a depressão.” Alerta a psicóloga.

Você é nomofóbico?
E você está sempre conectado? Qual a sensação ao perceber que esqueceu seu aparelho celular em algum lugar e que corre o risco de ficar desconectado por algum tempo? Quantas vezes você já se pegou chegando e-mails pelo celular ou verificando a cada cinco minutos se chegou alguma mensagem de texto? Se você se identifica com essas situações, cuidado. Esses podem ser sinais da Nomofobia, a síndrome da era digital. 

Faça o teste: 
Infografia: Kamila Pavão/Fonte: Teste publicado pelo jornal Folha de São Paulo

Pauta e texto: Débora Moutinho
Edição: Marcela Ximenes

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